segunda-feira, 18 de julho de 2011

sim


Sim



Aceite e que seja doce, lânguida, a entrega.
Sem supor ou flertar com a possibilidade de salvação
Que te suguem todo sangue
Até que tonta e fraca e vítima
Sejas amarrada e incitada a fazer o que nunca pôde

Saiba:
Tudo é maior que sua vontade ignorante
Sorria à contrariedade, essa surpresa indevida

Não chore de frustração já que nada lhe foi prometido
Nunca houve garantias
Aliás, não houve nada antes
E nem haverá depois.

A partida atestará: foi em vão
E ainda há os que lamentem
Aprisionados em muros de cartas de baralho

______________________________________


Leve coreografia onde dançam mortas
Pálidas e sábias e coroadas pela traição

Não, mais uma vez não!
Pare e veja, o tormento inútil
De quem pensa controlar o destino
Na busca de alcançar sonhos

Nada disso foi feito para ser alcançado
Só para manter-nos em marcha

Há sim a fome
Nome
Para o que não saciamos
Mesmo em orgia.

Destrua – e ensaie a morte
Do drama.
Durma no chão, longe da dama / lady

O amor atraiçoa
E sua sombra é inevitável!
Dói e aleja,
e é sobre humano.




Escrever na impossibilidade de durar
Viver na inevitabilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário