Te liberto das veleidades de sua vontade
Caprichos que nada mais ocultam que uma meninice desmentida
Suntuoso capricho que te encarrega de obstruir teus flancos
Capricho, esmero na arte de ocultar-se do que ama.
Por que não pode assumir tamanha lisura imaculada
Esqueça as manchas sujas. Sim elas nos rodeiam
Por todos nossos bueiros e ralos
Mas deixe aquela água que limpou a rosa esvair-se
E seguir precisa por entre canos úmidos
Aquela rosa dentro da pia com fio de água corrente da torneira semi aberta
Imagine aquela?
Banhava-se, de luz e de água corrente.
Cumpriu sua parte
No tratado do resgate
Enquanto eu me derramava sobre você
Com todo peso suspenso para poder suspirar
E te deixar respirar.
Meu amor.
A nossa rosa branca.
domingo, 31 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
o sentido expresso
O sentido expresso pode ser só emoção, comoção turva.
Lógica da solidão, segredo.
De um num silêncio rendido.
Acuado em sua verdade patética, covardia moral
Que mesmo assim não é reconhecida, nem em sua transparente
nudez.
Como desconfiar da nudez?
Desarmada e fria. Sem planos ou desejos imprudentes.
Corpo vulnerável, atropelado e mutilado.
Sim, a velocidade de um atropelo.
De um acidente que poderia ter sido fatal a alguém.
E foi, mas houve sobreviventes.
Que se mantêm aos sobressaltos. Em familiaridade dos vícios
Das compulsões inesgotáveis. Copulações inférteis.
Giros.
Reles em suas rotinas.
Subsistem, girando em torno do foco luminoso da loucura.
Que se mantém, parasita do mesmo.
Inerte, degenerado e decomposto.
Putedro.
MANCHAS
Renúncias
Quanto me devo
E, claro, aos outros de mim
Quantas entregas sorvi
amargas insones e em abandono
Chorei sorrindo quando um simples toque bastaria
Para deflagar o que não era ouvido
Estive ao seu lado, e estava mudo
E eu surda as machas na sua pele
múmia
Como
empanar um homem.
Buscar a
eternidade prometida.
Quem mesmo
garantiu-a-nos ?
Ânsia de
vida
é.....
Desespero
de morte.
Diante,
lente que retém instantes
Foco errado
contudo
Lá está a
perda da vitalidade
Recipiente
sem água
É
Escapou
Na mão, a
máquina
Vã.
Instrumento
é o corpo
E suas
cicatrizes, quase fotos.
Coração
cravado a estaca.
Lastros
inoportunos.
Da
impossibilidade,
perigo de
ir longe.
sim
Sim
Aceite
e que seja doce, lânguida, a entrega.
Sem
supor ou flertar com a possibilidade de salvação
Que
te suguem todo sangue
Até
que tonta e fraca e vítima
Sejas
amarrada e incitada a fazer o que nunca pôde
Saiba:
Tudo
é maior que sua vontade ignorante
Sorria
à contrariedade, essa surpresa indevida
Não
chore de frustração já que nada lhe foi prometido
Nunca
houve garantias
Aliás,
não houve nada antes
E
nem haverá depois.
A
partida atestará: foi em vão
E
ainda há os que lamentem
Aprisionados
em muros de cartas de baralho
______________________________________
Leve
coreografia onde dançam mortas
Pálidas
e sábias e coroadas pela traição
Não,
mais uma vez não!
Pare
e veja, o tormento inútil
De
quem pensa controlar o destino
Na
busca de alcançar sonhos
Nada
disso foi feito para ser alcançado
Só
para manter-nos em marcha
Há
sim a fome
Nome
Para
o que não saciamos
Mesmo
em orgia.
Destrua
– e ensaie a morte
Do
drama.
Durma
no chão, longe da dama / lady
O
amor atraiçoa
E
sua sombra é inevitável!
Dói
e aleja,
e é
sobre humano.
Escrever
na impossibilidade de durar
Viver
na inevitabilidade.
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