domingo, 5 de junho de 2011

Onde encontro seu nome

A vida nos constrange mais com o passar do tempo
Lamente menos,
Ela não vale tanto.
Vale o juízo de sua pena 
Que escreve insensatez.

Se olhar para trás,
Suporte a lembrança.
Que te assolara em cruel desespero.
Mas mantenha firme sua dignidade,
Haverá uma história a ser contada a seu respeito.
Alguns atestarão. 

Eis o futuro. 
Escapar de nossa história,
E entrega-lá a júri alheio.
Talvez antes da vala comum. 

Todos seus erros, vícios pequenos
Fugas, grandes entregas
Expostas ao ridículo.
Mera história que talvez alguns ouçam com asco,
Sem considerar que a morte é a grande cilada.
Que convidou-lhe a testar seu gosto,
E no fundo era bom.

Deitou-se com essa mulher covardia.

Descansou nela seus sonhos.
Em noite em que teve medo,
De si e dessa mesma noite.
Sem luz alguma.
As estrelas estendidas na grama
Onde pisavam palavras acusatórias.
Que clamavam por algo.
Impossível .
Um título para toda a tragédia
Que assola a inocência todos os dias.

Novamente insisto, como que por natureza humana,
A pertencer e não existir sem o verbo.
Perigo,
Mas também só penso se posso escrever não.
Uma máscara saiu cara
E esse caos não tem presença,
Tem confirmação.

Povoará teus pesadelos futuros
Sem seu consentimento
Desafio para teu ego
Escreva agora sobre ele,
Sob o descontrole que viu.

Nem mais sua distância,
Claustro dos teus pecados.
Até que admita
E os abandone antes que morra.
Sem padre a querer que se salve e sinta alguma beleza no perdão.

Me faça encontrar sua alma,
Você que se deitou com a morte
Quando ela copulou com seus sonhos
E ninguém esteve presente. 

(Diante dessa bizarrisse e mistério, de querer um absurdo outro mundo sem escala, numa estonteante decadência. Num silêncio e numa outra negação).


Uma grande mentira essa sua revolta,
E você sangrava.

Seu sangue sem veia
Exultado por seu sofrimento.
O fluxo do sangue ilegítimo.
Seu pulso lento para que não ouça
E conte o que acabou de misturar a ele.

Sua música melódica
Sem rimas mas em permanente assombro.

Perturbara-se demais
Em torno de dúvidas que não tem respostas.
Aliás, nem devia tê-las encontrado
No portal do inferno
Quando pôs seus pés em brasa.
Quando sangrou forte prazer
Para que os outros vissem
Aonde você poderia chegar se abandonado a própria sorte.
Como imaginou ser possível nesse mundo cheio de gente
Mesmo que não as tolere.

Elas fazem questão de tê-lo entre elas,
Para arremate da sua loucura a leilão.
Ate que compreenda qual morte está embaixo de nós,
Brasa em que pisou e pisará a cada dia.
E se quiser preste atenção a teu sangue que pede, mas não pode
Viver da parceria que travou.

Te levar desse sol negro sem alivio.
Essa morte outra que não será sua aliada, só desafio.

Conjugue comigo a destruição.

Venha ter seu filho.
O diabo que reproduziremos
E que queimará meu leite até encontrar sangue fundo
De nosso sangue desiludido
Quando demos de ombros às perguntas
Tristes, tristes como música clássica solene.
 
Esse abraço que trouxe à vida
Um fiasco de esperança
Que quero que reconheça
Como nosso filho
Que bebe meu sangue impuro sem saber
Que vou esfaquea-lo, assim que esteja em meu colo
Seus belos olhinhos que procurarão ajuda
Terá que entender desde cedo que não há
Para que sobreviva bem no lixo enquanto existir
Sem brilho nem possibilidades
De ver beleza em lugar algum.









 






 

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