segunda-feira, 27 de junho de 2011

Imperscrutável

Não sei mais escrever. As palavras não me reconhecem.
Não vejo forma.

Menos que murmúrios. Não existe nada.
Líquido vazio
Em palco errado.

Susto ignorante
miséria.
A quem me dirigir?
A quem remeter-me?

um blefe.
Remanso

Que palavra?
A mão não responde.
A caneta vazou. 
Secou, ceguei

O telefone não toca.
A história é comum.
Sem registro documentado.
Já fui alguém?

Texto sem dimensão.

Saudade do que nunca vou viver.
Acabou tudo.
Aquilo.

Resta o que falta e o suspiro presente.
Cheio de erros. Esboços mal sucedidos.
Sem direito a restauração.


"amor, não vai fazer besteira".
Uma abstenção.
Longe daqui.
Desperta 

Rimas mal feitas
Esse esquecimento breve. 
Desconfortável.

Amputação 
Ser incompleto
Perdeu parte do corpo da coluna

Como quem perde a cabeça
Perde o controle

E se incendeia com quem quer


Meu pai fez mercado e trouxe compras para mim.
É repudiante. Tiranias

Qual é afinal o texto?
Veio a que?
Procura alguém? Resposta ao toque eletrônico


Renda-se, a verdade da vida não é tão ruim.

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