segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bailarinas na poesia

A bailarina feito
de borracha e pássaro
dança no pavimento
anterior do sonho

A três horas de sono,
mais além dos sonhos,
as secretas câmaras
que a morte revela.

Entre monstros feitos
a tinta de escrever,
a bailarina feita
de borracha e pássaro.

Da diária e lenta
borracha ou pássaro
do inseto ou pássaro
que não sei caçar.

João Cabral de Melo Neto
In: Antologia Poética

Nenhum comentário:

Postar um comentário